Friday, April 28, 2006

POTENCIALIDADES E DESEJOS

A diversidade é uma característica, bem como algo esperado e natural nas investigações e na produção desenvolvida por um grupo de alunos com formações e experiências diversificadas, como a deste núcleo de formados no Curso de Especialização em Artes Visuais, da FASM, em 2005. Esta multiplicidade de abordagens da prática artística, tanto do ponto de vista técnico, como conceitual, marca, assim, a seleção dos trabalhos, por eles apresentados, nos quais exploram as questões peculiares aos seus universos individuais, mas presentes e integrados ao vocabulário contemporâneo.
A seleção de trabalhos aqui apresentada pelo núcleo de alunos – Alice Viviani, Ângela Lotaif, Claudia Tatit, Daniel Melim, Janaina Barros, Luis Felipe Machado Dib, Maria Cássia Caetano, Maria Luiza Gentil - instados a desenvolver projetos ao longo de sua permanência na especialização, a partir de temas atuais que lhes permitissem investigar e mergulhar em suas inquietações e provocações, de maneira a que pudéssemos ter, como agora podem ser vistas na exposição, suas reflexões visuais.
Falamos, aqui, de uma seleção realizada pelos próprios artistas, que apresentam um recorte de sua recente produção privilegiando obras nas quais são visíveis o processo de discussão travado durante o período em que cursaram o programa da Especialização, e que foram sendo absorvidos e digeridos, para se incorporarem de forma pessoal ao seu processo de criação individual. Deparamos-nos, assim, em cada conjunto de obras, com as mais freqüentes, e prementes, questões que assolam o território das reflexões artísticas contemporâneas e sua prática.
A exposição se apresenta desta maneira, como um conjunto de experiências vividas, fruto do quotidiano destes olhares, mas também de suas trajetórias, de seus embates e de seu diálogo com os interlocutores diretos, de atuação permanente nos processos, os orientadores.
As linguagens tradicionais do desenho, da pintura, da gravura, da colagem e da fotografia, para ficarmos apenas nas mais evidentes são os meios escolhidos para essas manifestações, mas não é possível deixar de ressaltar o uso de outros meios, como as experimentações possibilitadas pela tecnologia digital, universo que parece querer alargar-se, ainda mais, mesmo que nas propostas que enveredam por esta seara, seja inegável a origem na tradição.
Dentre as questões relativas aos experimentos e as linguagens, é possível perceber-se um acentuado interesse, talvez até pudéssemos dizer um compromisso com a fotografia, assim como, com o fazer gráfico, por intermédio de transposições destes, por meios eletrônicos, para outros suportes.
Se a experiência de participar de uma exposição – a concepção, a organização e produção, a convivência e a troca, com o conjunto dos artistas - faz parte do processo de desenvolvimento e amadurecimento das práticas artísticas contemporâneas, a mostra dos alunos da especialização em Artes da FASM atinge seu objetivo principal, pois ela se torna este espaço para experimentação, mas também o espaço para reflexão sobre suas potencialidades e desejos, e representa a concretização dos anseios de artistas em processo de inserção no sistema artístico.

Marcos Moraes
Professor de História da Arte
Abril de 2006.
FASM

Saturday, March 25, 2006

ARTE DA VILA 5

O ateliê da artista Maria Luiza Gentil, na Rua Wisard 277 A, estará participando do roteiro ARTE DA VILA 5 nos dias 1 e 2 de abril das 10 às 19 h.



Wednesday, March 08, 2006

Maria Cássia Caetano


“Ilusão, ou nem tudo que reluz é ouro”

Nos meus últimos trabalhos predominam faixas verticais e horizontais. Há também a presença constante do branco, bege e dourado. É como se o vertical representasse força, saúde e rigidez, podendo também ser associado à razão, apesar de nem sempre estar forte. O horizontal, no entanto, representa a fragilidade e a emoção.
Este trabalho é composto por duas telas pintadas com tinta acrílica. Entre estas duas telas, ocupando o espaço tridimensional, haverá uma “grinalda” feita de faixas (ataduras) e tule branco. Escolhi atadura para representar esta grinalda, porque é um material utilizado para quem está ferido. O tule traz leveza e compõe com as ataduras uma forma similar a um véu de noiva. As faixas verticais e horizontais passam a ocupar, deste modo, um espaço.